Após compra do HSBC pelo Banco Bradesco, funcionários sofrem arbitrariedades
Após a compra pelo Bradesco, os funcionários do HSBC vêm sofrendo inúmeras arbitrariedades. Nos dias 8 e 9 de outubro, o Banco Bradesco, contrariando a jornada de 30 horas semanais obrigou os funcionários a trabalharem sábados e domingos, o que acarretou o fechamento de algumas agencias com a finalidade de protestarem contra tais determinações.
Além disso, a Instituição ainda impôs jornadas de trabalho extenuantes, havendo casos que chegaram até o Sindicato, em que se estenderam de 7 horas às 22 horas. Tudo isso foi feito sem aviso prévio!
Não satisfeito, o Banco determinou ainda que todas as agências incorporadas passassem a funcionar em horários estendidos, de 8 às 17horas, até quarta-feiras(19/10). Com isso, agiram de maneira irregular novamente, já que estão obrigando os bancários a fazerem mais de duas horas extras por dia, muitos deles, sem horário de almoço.
A diretora do Sindicato, Nanci Furtado, informou ainda, que apesar da incorporação ter sido autorizada oficialmente desde junho, a unificação dos sistemas dos dois bancos está sendo conduzida de forma amadora e desastrada por parte do Bradesco. Além do terror gerado pela imposição de práticas desrespeitosas aos direitos dos funcionários, toda esta confusão provocou uma tremenda insatisfação dos clientes que passaram a enfrentar inúmeros problemas em suas operações bancárias por conta da unificação dos sistemas.
Destaca-se também que o banco decidiu retirar uma série de direitos antes conquistados pelos bancários do HSBC e previstos no acordo específico. Entre estes, o auxílio-educação e plano de saúde para quem se aposenta; também aumentaram os valores dos planos para aposentados e demitidos; extinguiram a previdência complementar do HSBC, substituindo pela do Bradesco, com outras regras.
Vale frisar que a Comissão de Organização dos Empregados (COE), exigiu do Bradesco, em reunião nesta última quarta-feira(26/10/2016), em Osasco, o fim do desrespeito aos direitos dos bancários originários do HSBC, na migração de contas e na unificação de sistemas entre os dois bancos, a partir da fusão. Entre os principais problemas mencionados estão: a abertura das agências nos finais de semana; as duas horas-extras realizadas pelos bancários diariamente; o horário estendido das 9 às 17horas; a cobrança das metas; a questão da mudança dos planos de saúde – imposta pelo Bradesco, tanto dos ativos, como dos aposentados, entre outras.
Os trabalhadores estão preocupados, sobretudo, com a ameaça de perdas de direitos e não podem ficar sem respostas.
Para os representantes da COE, o bancário não pode ser tratado como mercadoria. Cobraram respostas e soluções à altura dos problemas decorrentes da incorporação, e advertiram que não aceitarão o corte de direitos. Além dos problemas com os funcionários de diversas regiões do país, os clientes também vêm reclamando de dificuldades enfrentadas com suas contas correntes.
Por fim e com esperança de solução os representantes do Bradesco se comprometeram a apresentar as soluções em nova reunião, ainda na primeira quinzena de novembro.