Bradesco quadriplica metas em pleno agravamento da pandemia
Mesmo com diversas agências fechadas para sanitização ou desfalcadas com o afastamento de bancários por covid-19 ou influenza (H3N2), o Bradesco está triplicando e em alguns casos quadruplicando metas de vendas. Mesmo em uma conjuntura na qual a Organização Mundial da Saúde (OMS) identificou cinco variantes de preocupação da covid-19 no país, e a influenza (infecção viral aguda que afeta o sistema respiratório, sendo de elevada transmissibilidade, com tendência a se disseminar facilmente), a instituição bancária está pressionando cada vez mais os seus funcionários com metas de vendas e resultados inviáveis.
A dirigente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Fernanda Reis (também bancária do Bradesco), compartilha que “o aumento das metas era para compensar as metas não realizadas no ano anterior e ainda antecipar as metas do ano de 2022. Mas o banco parece não lembrar que no ano passado vivemos o pior momento da pandemia no Brasil, com recordes nos números de mortes. O banco parece não lembrar também que, com a chegada da variante Ômicron, o número de contaminações por covid-19 voltou a bater recordes nesse início de ano”.
Os sintomas para as duas doenças são bastante similares, o que tende a dificultar o correto diagnóstico: febre alta, seguida de dor muscular, dor de garganta, dor de cabeça, coriza e tosse. Alguns casos apresentam complicações graves, como pneumonia, necessitando de internação hospitalar. Independentemente da situação gravíssima, consequente da alta propagação da covid-19 e da influenza, cada vez são feitas mais denúncias de agências da região, nas quais os bancários relatam que as cobranças são feitas diariamente (inclusive, em horários fora do expediente bancário) por mensagens de texto e áudio, vídeo, e-mails e telefonemas.
Além das condições insalubres e demandas por compensações de metas não realizadas, de março de 2020 (quando começou a pandemia), até setembro de 2021, o Bradesco extinguiu 9.498 postos de trabalho, segundo o último balanço divulgado pela própria instituição bancária. A partir do que foi cobrado, em regime de urgência, a suspensão das demissões durante a pandemia, além da revisão das metas em sua viabilidade – cobrança feita por representantes do movimento sindical dos bancários, em negociação com a Federação Nacional dos Bancos.
O orientação ao bancários, em uma “cobrança abusiva, num momento crítico como este, [que] é desumana e irresponsável”, ainda de acordo com Fernanda Reis, é que denunciem (com total sigilo garantido). Também é importante conhecer os seus direitos, previstos pela legislação trabalhista e, para tanto, o convidamos a entrar em contato. Temos uma equipe especializada, à postos para sanar quaisquer dúvidas sobre a situação.